Ao se falar em acessibilidade logo
vem a mente a palavra acesso. E realmente acesso tem tudo a ver com
acessibilidade. Mas, o que se pode entender por acessibilidade? Quais
são suas primícias? Seus benefícios? Por que profissionais de TI devem estudá-la? É
exatamente em respostas a essas perguntas que esse texto é direcionado.
Imagem do Chaplin caído com a bengala na mão e de patins
O que é Acessibilidade Digital?
Primeiramente é importante dizer que Acessibilidade está relacionada em fornecer condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte, dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por qualquer pessoa. De forma análoga, Acessibilidade Digital remete a Acessibilidade no ambiente virtual sendo que Acessibilidade na Web significa que qualquer pessoa, utilizando qualquer tipo de tecnologia de navegação - navegadores gráficos, textuais, especiais para sistemas de computação móvel, etc. - deve ser capaz de visitar e interagir com qualquer site, compreendendo inteiramente as informações nele apresentadas. (DIAS, Cláudia. Usabilidade na Web - criando portais mais acessíveis. RJ: Alta Books, 2003). Em sua concepção inicial, acessibilidade estava ligada a indivíduos portadores de deficiência, entretanto sua amplitude tem se estendido a qualquer barreira que possa inviabilizar o acesso a qualquer pessoa. Diante disso, vejamos agora alguns dos motivos que impelem o estudo da acessibilidade por parte dos profissionais de TI.
Grande número de pessoas com deficiência
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por meio do censo realizado no ano 2000 a população brasileira possui 14,5% de portadores de deficiência. Destes, 48,1% (que constituem 16,6 milhões) são deficientes visuais e 150 mil se declaram cegos, 27,1% com deficiência física, 16,6% com deficiência mental e 8,2% com deficiência auditiva.
Maior visibilidade no Google
É de conhecimento que diversos buscadores, dentre eles o Google, levam em consideração a organização do conteúdo das páginas web. Por exemplo, se uma página apresenta imagens sem texto alternativos (tag alt), conteúdo não estruturado de acordo com o grau de importância (tags title, h1,h2,h3..), frames sem página alternativa (através do elemento "noframe") e etc, essa página tende a ser classificada com menor relevância em comparação a outra que segue os padrões de acessibilidade. Ou seja, uma boa acessibilidade também contribui para uma boa visibilidade em sistemas de busca.
Valorização da cauda longa
Não é intuito deste texto o aprofundamento no estudo da Cauda Longa mas, de forma simplificada, podemos dizer que Cauda Longa remete a força das minorias. Considerando que um pequeno grupo insolado tende a não ser muito relevante, em relação ao todo. Entretanto um conjunto de pequenos grupos possui uma relevância significativa. Esse conceito ganhou força com a expansão da internet e é baseado nisto que muitas lojas virtuais estão se sobressaindo (a Amazon.com é uma prova disso), pois também disponibilizam produtos dedicados as minorias. Mas o que quero dizer com isto? Quero dizer que se você atender somente a população de deficientes auditivos talvez seu retorno não seja expressivo, mas atendendo a população de deficientes auditivos, visuais, físicos... a probabilidade de retorno expressivo pode crescer consideravelmente.
Imagem retirada do artigo "O que é Web 2.0?" acessado em
http://www.divulgardinheiro.com/divulgar-gratis-internet/internet-marketing/o-que-e-web-2-0/
Conformidade com o decreto de lei 5296
O Decreto-lei 2596 de 2 de dezembro de 2004, também conhecido como Lei de Acessibilidade, tem por finalidade regulamentar o atendimento a indivíduos com deficiência em diversos aspectos, dentre estes o de comunicação e informação. Sendo que portais e sites da administração pública são obrigados a se tornarem acessíveis para o uso das pessoas portadoras de deficiência visual. Logo, se você trabalha em projetos web para o governo, estes projetos devem ser acessíveis.
Proteção contra processos
O primeiro caso oficial de processo motivado por acessibilidade digital foi direcionado ao Comitê de Organização dos Jogos Olímpicos de Sydney. Na ocasião Bruce Lindsay Maguire processou o comitê pela falta de acessibilidade em seu site. Fato é que atualmente vários países possuem leis específicas que tratam a questão da acessibilidade: na Inglaterra existe a DDA, nos EUS a ADA e a Seção 508, e na Austrália a DDA. Assim sendo, seguir os padrões de acessibilidade reduz significavelmente o risco de eventuais processos.
Conclusão
A acessibilidade digital tem ganhado força nos últimos anos e tudo leva a crer que este é um caminho sem volta. Particularmente acredito que, de forma semelhante ao crescimento das políticas de sustentabilidade, salvo as devidas proporções, acessibilidade chegará a um patamar de relevância significante. De modo que é impraticável ignorar as consequências e implicações que tão assunto sugere.
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